quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Interrogação


Em inconstâncias vivo
A vida a que chamo minha
Como chamo meu a um qualquer objecto.
E mesmo esses, os objectos
Que tenho deles?
E esse mim, onde habita?
De que cor se pinta?
Tem forma, odor?
Ou será na dor,
Na vertiginosa dor que me revisita
A cada dissabor,
A cada revés,
A cada querer e não querer,
A cada in(constância)
Que espero constante,
Será aí,
Nesse espaço escorregadio
Pleno de vazio,
Que a realidade sem véus
Ausente de separações
Se manifestará na derradeira constância
Livre de qualquer manifestação
Livre.
Será?


2013.10.16