domingo, 15 de setembro de 2013

O Tacto das palavras





Julgar as palavras
É não conhece-las, não as saber,
Não as beber.
Palavras têm beleza ou feiura
Inspiram amor, amargura
E todos os sentimentos do mundo.
Hás as melodiosas e as agrestes.
Há quem as ame e quem as deteste,
Sem que nenhuma delas se altere.
O tacto das palavras não está nelas
Pois todas são belas, precisas, necessárias.
O tacto das palavras está em quem as escreve
Escuta, pronuncia.
Palavras são casamentos perfeitos entre letras
São desenhos de meninos e obras de poetas.
Delicadas naquele que ama
E grosseiras no rosto da trama.
Palavras animam e destroem,
Chegam e partem
Da alma dos homens meninos.
Instalam-se e “moem” as mentes pequenas
De egos plenas.
O tacto das palavras
Governa e habita o coração dos homens,
Tem o tamanho da consciência de quem as profere,
Escreve ou pinta.
O tacto das palavras
Está em deixar aos homens
O poder e a arte
De com elas abrir janelas
Pintar aguarelas,
E nelas se rebolar, amar, sonhar.
O tacto das palavras está em ti
Em mim, em nós.
Em todos os que as amam,
Respeitam,
E com elas se deleitam.
Tratemos então com o cuidado que merecem
Todas as palavras,
E a riqueza que contêm,
E com cuidado redobrado
O seu jeito velado
De dizer,
(sem o fazer)
Mais que o seu significado.

2013.09.13





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